Polícia Federal faz buscas e apreensões no IPAM; principal alvo é irmão de Mauro Nazif

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Porto Velho, RO – A operação deflagrada nesta segunda-feira em Porto Velho pela Polícia Federal é resultado de denúncia feita ao órgão pelo servidor municipal Rodrigo Ferreira Soares, membro do Comitê de Investimento do Instituto de Previdência (IPAM).

Rodrigo revelou que o então secretário de Obras Gilson Nazif, irmão do prefeito Mauro Nazif (PSB), teria ordenado ao presidente do Instituto, José Carlos Couri, que fossem investidos recursos geridos pelo Instituto em fundos indicados pela empresa Planner, que, em contrapartida, financiaria a campanha de reeleição de Mauro Nazif.

Na denúncia feita na PF, o servidor disse que ele e outros membros do Comitê de Investimentos do IPAM , Odilon José Santana Junior e Maria Irisney Barbosa de Souza, que gerem os investimentos do órgão, estariam sofrendo pressão por parte dos membros da empresa Planner, Alessandro Alexandre Lima e o empresário Aires do Amaral, e do presidente do IPAM, José Carlos Couri, para votarem favoravelmente à injeção de recursos em fundos por eles indicados.

PROPINA

Revelou, ainda, que o grupo responsável pelo esquema criminoso já teria oferecido o pagamento de propina no valor de R$ 100 mil reais aos membros do Comitê para que votassem pela realização do negócio.

ENTENDA O CASO
A Polícia Federal, com apoio de auditores da Previdência Social, deflagrou nesta segunda-feira, a Operação Imprevidência, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa dedicada à prática dos crimes de gestão fraudulenta e corrupção ativa, com atuação junto aos Institutos de Previdência de Porto Velho (Ipam) e também de outros cinco municípios de Rondônia.

Setenta e três policiais federais deram cumprimento a 30 mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária, 19 de busca e apreensão, além de sete de condução coercitiva. Os mandados foram cumpridos nos estados de São Paulo e Rondônia. A Justiça Federal também determinou o afastamento do Presidente do Ipam e a proibição de cinco investigados frequentarem o local.

A investigação apurou que uma organização criminosa, formada por empresários, corretores de investimentos, lobistas e servidores públicos atuou com o fim de viabilizar a realização de aplicação de R$ 80 milhões do Ipam em fundos de investimentos “podres”, como contrapartida pela injeção de valores na campanha de reeleição do prefeito de Porto Velho.

Para atingir o objetivo, a organização criminosa procurou pressionar e corromper servidores públicos, mediante o oferecimento de propina. A organização criminosa pretendia captar R$ 250 milhões junto aos institutos de previdência de municípios de Rondônia para investi-los em fundos “podres”. Os investigados responderão, na medida das responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, gestão fraudulenta e corrupção ativa.

Fonte: o observador