Idoso é assassinado durante a noite na BR-319 e ausência da polícia gera protesto

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De acordo com os moradores, que carregam cartazes impedindo a passagem de veículos na rodovia, o crime aconteceu mesmo havendo um posto de polícia a cerca de 10 metros da casa da vítima, que segundo eles permanece desativado. “Ele mora perto de uma delegacia que está lá só de enfeite, não serve para nada. Nossa comunidade tem sofrido muito com a violência”, disse Ozeleide Galvão, vizinha de Menezes.
Segundo os moradores, o suspeito do crime é “conhecido por praticar roubos no local”. “Ele é velho conhecido aqui, mas não tem polícia. Ele foi perseguido pela população, mas se entocou na mata. Não tem policial aqui para ajudar em nada. Ligamos para a polícia do Castanho Castanho e nada. E também ligamos para a polícia do Careiro da Várzea. As duas. A do Castanho nem atendia ao telefone e na da Várzea disseram que não tinham gasolina. Com a manifestação eles apareceram agora, a polícia do Castanho”, explicou o comerciante Raimundo.
“A PRF (Polícia Rodoviária Federal) chegou aqui 7h querendo que liberássemos a estrada, mas só vamos liberar se a reportagem vier no local. A gente que mora aqui é que sofre. Isso não é a primeira vez. Outro senhor foi morto da outra vez aqui e ficou por isso mesmo, como se fosse um cachorro. Aí eles soltam os presos nas ruas? É falta de respeito com nós cidadãos”, disse Ozeleide Galvão.
Casa da vítima (com paredes verdes) e logo atrás o posto de polícia (Foto: Divulgação)
Por volta das 10h, segundo os moradores, o corpo da vítima foi removido por agentes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) do Careiro Castanho e levado para Manaus. “Foi o único carro que passou aqui para ir para Manaus e deixamos ele ir, para o corpo não ficar ali né”, completou Ozeleide Galvão. Segundo ela, familiares da vítima foram ao local e acompanharam a remoção.
A interdição da BR-319 começou por volta da 6h de hoje, e até as 11h os moradores continuavam na via queimando pneus e pedaços de madeira. “O pessoal ainda não saiu e disseram que ficariam até de noite. Só sairiam com a presença da imprensa”, informou o policial rodoviário federal Márcio Garcez.
Em nota enviada às 11h20, a Polícia Civil do Amazonas informou que “as equipes de investigação já estavam no local do homicídio”. Sobre o posto de polícia fechado, o órgão disse que a delegacia da comunidade do Araçá “foi desativada antes da construção da Ponte Rio Negro” e que “atualmente a delegacia do Careiro Castanho responde pela comunidade”. A Polícia Civil não respondeu sobre a denúncia de falta de gasolina nas viaturas.
A reportagem também solicitou informações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) sobre a ausência de peritos do Instituto de Criminalística e de agentes do Instituto Médico Legal no local. Em resposta, o órgão informou que “o IML só foi acionado por volta das 9h30 de hoje (26) para remoção do corpo no porto do Ceasa, na Zona Leste de Manaus, e a perícia também não foi acionada”.
Já a Polícia Militar não respondeu o questionamento sobre o não comparecimento de PMs no local do crime e sobre a denúncia de falta de gasolina nas viaturas.

Fonte:acritica/AM.