Desafios das mulheres na gestão do IFRO

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As mulheres sempre se fizeram presentes na área de educação: da docência do ensino primário à participação na docência da educação superior. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) conta atualmente com aproximadamente mil servidores, incluindo efetivos, substitutos e temporários. Deste total, 47% são mulheres. Mesmo a porcentagem não acompanhando o número quando se refere à ocupação dos cargos de gestão, a quantidade de gestoras é significativa na instituição.
Na reitoria, o reitor Uberlando Tiburtino Leite, lembra que há um número maior de mulheres gestoras, se comparado aos campi. São duas pró-reitoras, diretora de gestão de pessoas, diretoras sistêmicas e assessoras. Segundo ele, as mulheres que estão no cargo de gestão do Instituto têm grande pró-atividade no desenvolvimento de suas funções. “Na minha experiência como gestor, desde diretor geral de campus e pró-reitor, percebo uma participação muito efetiva de mulheres nas decisões, nas influências de decisões importantes na instituição, e na definição de políticas. O lado positivo é que talvez as mulheres sejam mais sentimentais e humanas, com isso conseguem ponderar e colocar mais humanismo do que os homens, tendo mais dinamismo na gestão”, comenta.
Um dos setores que por muitos anos foi composto quase que exclusivamente por mulheres é a Diretoria de Gestão de Pessoas do IFRO. “Acredito que as mulheres têm um papel importante na gestão de pessoas. Temos uma característica de ter mais paciência para ouvir, fazer 1001 coisas ao mesmo tempo, e em alguns momentos na DGP precisamos ser uma espécie de mãe para escutar a problemática das pessoas, ter a paciência de ouvir, embora às vezes não tenha solução ou às vezes seja necessário dar o puxão de orelha. Até mesmo nos campi, vemos a predominância de mulheres nos setores de gestão de pessoas, com exceção de Cacoal, todos os outros campi são coordenados por mulheres. Talvez por essa aptidão em lidar com pessoas, ter acessibilidade no atendimento”, ressalta a diretora de Gestão de Pessoas, Débora Gonçalves de Lima.
O reitor lembra ainda de exemplos de grupos de trabalho e comissões como a CIS, CPPD e CPA, que possuem participação muito ativa de lideranças mulheres e o quanto é forte a personalidade feminina. “O IFRO está com mais de 400 mulheres como servidoras, boa parte dos servidores que estão fazendo capacitação são mulheres, mostrando que elas buscam formação. E essa busca de capacitação motiva esta participação mais efetiva. Tentamos trazer pessoas que tragam a razão, mas que também tragam mais humanismo, porque somos uma instituição de ensino, trabalhando com pessoas de diversos níveis sociais, e precisamos ver o lado humano acima de tudo, nas nossas ações institucionais de ensino, pesquisa, extensão e administrativa. Atuamos na formação de pessoas, mas internamente trabalhamos com pessoas”, destaca.
No Brasil, segundo o IBGE, o nível do rendimento de trabalho dos homens manteve-se nitidamente mais elevado que o das mulheres. Em 2014, o rendimento médio de trabalho das mulheres representava 74,6% do auferido junto a homens. Mas o nível de instrução feminino manteve-se mais elevado que o masculino. “Desafios imensos enquanto mulher, mesmo hoje se respeitando muito, a gestão ainda é dominada pelo universo masculino. Para a mulher o trabalho pode ser até triplo, porque além do trabalho no setor onde desenvolvemos nossas atividades, temos atividades de mãe, de esposa, de mulher para se manter bem na aparência e na saúde, então, os desafios são muitos. Mas tendo um ambiente que respeita nosso trabalho, que valoriza nossa atividade, a gente consegue”, afirma a pró-reitora de Desenvolvimento Institucional, Fabíola Santos.
Fabíola conta que desde seu ingresso como docente na rede federal de educação profissional e tecnológica sempre encontrou incentivo à participação das mulheres. Daquela época até os dias atuais galgou muitas conquistas. “É um trabalho árduo, abdicamos de muitas coisas particulares para dar conta da atividade que desenvolvemos à frente da pró-reitoria. E agora na pasta de Desenvolvimento Institucional é mais árduo ainda, porque é um universo muito masculinizado. Eu trabalho com equipes da área de TIs que ainda hoje predomina a questão masculina. Eu sou agrônoma, que também é uma área de convívio com homens. Só que os nossos desafios conseguimos desenvolver, com amor e dedicação e com tranquilidade. E mesmo sabendo de todo o trabalho que temos, estamos prontas para encarar esses desafios”, conclui.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia
Assessoria de Comunicação e Eventos / Reitoria