Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, durante sermão em uma mesquita de Mosul, no Iraque. A imagem foi retirada de um vídeo divulgado em julho de 2014 (Foto: Al-Furqan Media/Anadolu Agency/AFP/Arquivo).

ONG diz que líder do Estado Islâmico está morto; Pentágono não confirma

Nacional Notícias Política

Abu Bakr al Bagdadi é o líder número 1 do grupo terrorista. Em junho, a Rússia tinha afirmado que um ataque aéreo poderia ter atingido o terrorista.
A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, que acompanha a guerra na Síria, afirmou nesta terça-feira (11) que o líder supremo do Estado Islâmico, Abu Bakr al Bagdadi, está morto, de acordo com a France Presse. O governo dos Estados Unidos diz não ter informações que confirmem a morte.
“Confirmamos informações de líderes, incluindo um da primeira hierarquia, do Estado Islâmico na zona rural no leste [da cidade] de Deir al-Zor”, disse o diretor do grupo de monitoramento da guerra sediado no Reino Unido, Rami Abdulrahman, à Reuters. Porém, a agência não pôde verificar a morte de Baghdadi de maneira independente.
As circunstâncias da morte ainda não estão claras. Fontes do Observatório na cidade síria de Deir al-Zor disseram ter sido informadas por integrantes do Estado Islâmico sobre a morte do líder, “mas eles não especificaram quando”.
Em 16 de junho, o Ministério Defesa da Rússia tinha afirmado que um ataque aéreo russo de 28 de maio pode ter matado Baghdadi em Raqqa, cidade no centro-norte da Síria que é o principal reduto do grupo terrorista no país.
O alvo deste bombardeio era um encontro de líderes do Estado Islâmico, do qual Baghdadi participaria. Na ocasião, a Rússia procurava confirmar a informação e a coalização não confirmou a informação.
Autoridades iraquianas e curdas não confirmaram a morte divulgada nesta terça, segundo a Reuters. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse não ter nenhuma informação imediata para corroborar a morte de Baghdadi.
Sites afiliados ao Estado Islâmico e contas de redes sociais não publicaram nenhuma notícia sobre a possível morte do líder.
Logo após a divulgação da informação pela ONG, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no Twitter que houve uma “grande vitória contra o Isis”.
Recompensa de US$ 25 milhões
A morte de Baghdadi já foi anunciada muitas vezes anteriormente, mas o Observatório tem um histórico de relatos confiáveis sobre a guerra civil na Síria.
Caso a morte de al-Baghdadi se confirme, será um grande triunfo da Rússia, que intervém na guerra civil síria e defende o ditador Bashar al-Assad, e um revés para os Estados Unidos, que oferecia uma recompensa de US$ 25 milhões (mais de R$ 80 milhões) para levá-lo à Justiça.
O programa de recompensas de contraterrorismo do Departamento de Estado dos EUA ofereceu os mesmos US$ 25 milhões por Bin Laden e pelo falecido presidente iraquiano, Saddam Hussein, e ainda oferece o valor para quem denunciar o sucessor de Bin Laden na Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri.
Perda de território
A morte de Baghdadi seria um importante golpe contra a organização terrorista que viu o seu território diminuir 80% na Síria e no Iraque.
Raqqa está quase cercada por uma coalizão de grupos sírios, curdos e árabes. No domingo (9), as forças iraquianas anunciaram a retomada da maior parte de Mossul, cidade que havia sido conquistada pelo grupo terrorista em junho de 2014. Integrantes do grupo terrorista ainda resistem em alguns pontos da cidade velha.
Em Mossul, al-Baghdadi se declarou “califa” (líder de todos os muçulmanos). O vídeo do líder do Estado Islâmico vestido com mantos clericais negros declarando seu califado, do púlpito da Grande Mesquita de Al-Nuri, é sua última imagem pública.
Nascido Ibrahim al-Samarrai, al-Baghdadi é um iraquiano de 46 anos que rompeu com a Al Qaeda em 2013, dois anos após a captura e morte do líder do grupo, Osama bin Laden.
Ele cresceu em uma família religiosa, estudou teologia islâmica em Bagdá e se uniu à insurgência salafista jihadista em 2003, o ano da invasão dos Estados Unidos ao Iraque. Ele foi capturado pelos norte-americanos, que o soltaram cerca de um ano mais tarde por considerá-lo então um civil, não um alvo militar.
Fonte: G1