Delegada Joyce Coelho entrou com um pedido de conversão das prisões de quatro envolvidos na rede para prisão preventiva.

Inquérito sobre rede de prostituição infantil em Manaus é concluído; 6 vítimas no total

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A delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), falou na tarde desta terça-feira (9), às 16h, no prédio da especializada, sobre a conclusão do Inquérito Policial (IP) em torno de caso de rede de prostituição infantil em Manaus.
Conforme a autoridade policial, ao longo dos trabalhos a equipe da Depca efetuou as prisões temporárias do empresário Fabian Neves dos Santos, 37, de uma mulher de 28 anos, do comerciante Raimundo Alves do Vale Filho, 52, e de Ana Cássia da Silva Bentes, 23. Foram identificadas seis vítimas de exploração sexual. Todas na faixa etária de 13 e 14 anos.
“Nós concluímos pelo indiciamento dos quatro, com um pedido de conversão dessa prisão temporária em prisão preventiva, esperando que seja convertida para que eles aguardem, encarcerados, o julgamento da ação penal, assim que o Ministério Público assim entender e julgar que há elementos suficientes para oferecer a denúncia. O inquérito está completo. Todas as informações, todas as diligências necessárias foram cumpridas e foi fechado sem nenhuma pendência”, concluiu a delegada Joyce Coelho.
Ainda de acordo com a delegada, a investigação culminou inicialmente nas prisões, em flagrante, de dois dos indiciados: a tia de uma das vítimas, uma mulher de 28 anos, e de Fabian Santos, surpreendidos no interior de um motel com uma adolescente de 13 anos. Segundo a delegada, a menina já havia procurado ajuda na escola onde estuda e também do Conselho Tutelar.
“Após o flagrante, as investigações continuaram e o inquérito então tramitou constando várias medidas cautelares, e as prisões temporárias, com o objetivo de extrair elementos e provas que unificassem para uma ação penal. Hoje, encaminhamos à Justiça o Inquérito Policial concluso, com quatro indiciados pelos crimes de estupro de vulnerável e favorecimento à prostituição, identificando e confirmando seis vítimas desse mesmo círculo de autores. Temos ainda outra vítima, em um procedimento que vai ocorrer separado, por não fazer parte do mesmo ciclo”, disse Joyce.
Relembre o 1º caso
Conforme a titular da Depca, no dia 7 de agosto deste ano o empresário Fabian Neves dos Santos foi preso em flagrante por estupro de vulnerável praticado contra uma adolescente de 13 anos. A tia da vítima, uma mulher de 28 anos, também foi presa por envolvimento na prática criminosa. Na ocasião, policiais da Depca resgataram a garota em um motel localizado na avenida Elias Ramiro Bentes, bairro Colônia Terra Nova, zona norte da capital.
A delegada disse, ainda, que após as prisões de Fabian e da tia da vítima, eles foram levados para Audiência de Custódia, onde foram liberados e estavam sendo monitorados por tornozeleira eletrônica. Ainda naquela mesma semana, a Depca empreendeu novas diligências, demonstrando a necessidade da decretação da prisão preventiva dos dois indiciados.
Posteriormente, a 69ª Promotoria de Justiça, por meio do promotor Rodrigo Miranda Leão Júnior, titular da unidade, emitiu parecer pela decretação da prisão temporária e de busca e apreensão nos endereços dos investigados. “Assim que ficamos sabendo da decisão judicial, nos dirigimos por volta das 14h aos endereços, a fim de cumprirmos os mandados”, pontuou a autoridade policial.

Relembre o 2º caso

De acordo com Joyce Coelho, no dia 18 de setembro deste ano foi efetuada a operação “666”, que resultou no cumprimento de mandados de prisão temporária, com prazo de 30 dias, por estupro de vulnerável e favorecimento da prostituição, em nome do comerciante Raimundo Alves do Vale Filho, 52, e de Ana Cássia da Silva Bentes, 23.
A titular da especializada declarou que as prisões dos infratores ocorreram em desdobramento do caso de estupro de vulnerável e favorecimento da prostituição ou exploração sexual envolvendo Fabian e a tia de uma das vítimas. Ana Cássia e Raimundo foram citados durante todos os depoimentos. Segundo Joyce Coelho, Ana Cássia seria uma segunda agenciadora e Raimundo seria, também, um dos clientes dela e da tia da adolescente de 13 anos encontrada com Fabian.
Conforme a autoridade policial, na ocasião das prisões de Fabian e da tia da adolescente, foram apreendidos os aparelhos celulares dos dois infratores. A delegada então representou à Justiça o pedido da quebra dos dados telefônicos, quando foram encontradas imagens e conversas que evidenciavam o esquema criminoso. A titular da Depca enfatizou que Ana seria amiga e sócia da tia da menina de 13 anos, ou seja, responsável por aliciar adolescentes para a prostituição. Já Raimundo, assim como Fabian, era cliente das infratoras.

Fonte: acritica.com
Manaus (AM)