(foto: Tânia Rego/Agência Brasil).

Número de mortos no desabamento de prédios no Rio chega a 15

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Segundo a prefeitura do Rio, os prédios não tinham autorização para serem construídos e as obras foram interditadas e embargadas em novembro
Mais de 96 horas após o desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, no bairro Itanhangá, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o número de mortes subiu para 15.
No quinto dia de trabalho no local, o corpo de Bombeiros retirou na manhã desta terça-feira (16/8) mais três corpos dos escombros dos edifícios. Foram encontrados os corpos de três mulheres adultas e o de um menino. Ainda na madrugada desta terça-feira, mais um corpo havia sido resgatado. Mais de 100 militares, cães farejadores, drone, helicópteros, ambulâncias e viaturas de recolhimento de cadáveres atuam na área.
Oito pessoas ficaram feridas no acidente, das quais quatro continuam internadas. Os bombeiros continuam fazendo buscas por mais desaparecidos. A Delegacia de Polícia Civil da Barra da Tijuca (16ª DP) investiga o caso.
Ontem, os corpos de Maria Silva de Abreu, 49 anos; Zenilda Bispo Amorim, 38 anos, e o filho dela, Juan Amorim Rodrigues, de 10 anos, foram sepultados.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, um homem de 46 anos que estava internado desde que foi resgatado, recebeu alta ontem (15). Outras três pessoas no entanto, permanecem internadas em unidades municipais. No Miguel Couto, estão uma mulher de 44 anos, no Centro de Terapia Intensiva (CTI), e um menino de quatro anos. Ambos têm quadro estável, porém delicado. Uma mulher de 35 anos continua internada no CTI do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. O estado é considerado grave.
A nova tragédia ocorreu na manhã da última sexta-feira (12), dias depois de fortes chuvas que deixaram 10 pessoas mortas na cidade. Ontem, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), responsável pela investigação da atuação das milícias no Rio, afirmou que participará da apuração das causas do desabamento.Os investigadores, no entanto, estariam tendo dificuldade na oitiva dos moradores que temem represálias de milicianos, responsáveis pela exploração imobiliária na comunidade.
Segundo a prefeitura, os edifícios não tinham autorização, tendo as obras interditadas e embargadas em novembro de 2018. Além disso, a pasta afirma que foram construídos pelas milícias e, ao atuarem na região, precisam do apoio da polícia.
Os apartamentos nos prédios irregulares construídos e comercializados por milicianos são vendidos a preços abaixo do mercado. Unidades de dois quartos, com garagem, estavam sendo vendidas por valores de R$ 40 mil a R$ 100 mil. Moradores contaram que sabiam que os imóveis eram irregulares, mas que era a única forma de moradia disponível. De acordo com a Polícia Civil, equipes realizam diligências com o objetivo de identificar e ouvir vítimas e líderes comunitários.

Fonte:CB/Ingrid Soares